Esse "causo" só vou relatar porque não é mais segredo para muita gente. Mas, é com o coração partido e um constragimento enorme que o faço, pois mexe com pessoas de minha estima e apreço. Em 1975, meu pai foi acometido de uma grave enfermidade e depois de sofrer alguns dias por aqui, teve que ser levado às pressas para Natal, quando foi cirurgiado pelo Dr. Hernany Rosado e graças a Deus retornou ao nosso convívio por muitos anos mais. Mesmo passando por todo esse sufoco, nós, que éramos adolescentes, e que não tínhamos a exata noção da situação, continuávamos a aprontar as nossas irresponsabilidades infantis e ingênuas. Fiquei sozinho em nossa casa e como nessa época jogava no Baraúnas, alguns de meus colegas dormiam lá em casa e era sempre aquela balbúrdia, mesmo sabendo que meu pai estava doente em Natal. Quem também sempre estava por lá, pois é meu amigo desde a infância, era meu amigo Sérgio Miranda e numa madrugada dessas, depois que tivemos a notícia da melhora de meu pai, tivemos a infausta idéia de passar um "trote" telefônico para seu Genildo Miranda, pai de Sérgio. Tudo de improviso. Ligamos e quem atendeu foi o próprio. Ai começou o diálogo, eu coloquei uma camisa enrolada no fone do aparelho para ficar mais inaudível, disfarcei um pouco a voz e sapequei: Alô...é da residência de Seu Genildo? Com a afirmativa, eu continuei: O senhor me desculpe estar ligando a esta hora, mas, é que tem um carregamento muito grande de chocolates aqui da Garoto (Vila Velha-ES), para enviar ai para Mossoró e precisamos muito confirmar com seu Xavier, nosso representante ai na praça, que nos deu este número para contato. Depois de muito ai, ai, ai, Seu Genildo resolveu ir chamar Xavier e ao atravessar a estreita rua Dr. Almeida Castro, nós lá da frente de minha casa, acompanhavamos tudo. Lá vem Xavier, de pijamas e todo descabelado. Ao atender o telefone foi logo gritando: ALÔ! Do outro lado da linha, Sérgio já estava ao aparelho, pois ele residia vizinho à casa de minha avó e podia reconhecer minha voz, foi logo falando em tom ostio: XAVIER, VOCÊ NUM TEM VERGONHA, NÃO, HOMI, DE PIJAMAS NUMA HORA DESSAS NA CASA DOS OUTROS? E bateu o telefone e corremos para a rua observar a passagem dele de volta para casa, resmungando! Coisas de menino ruim de uma época onde a maldade se resumia a pregar "peças" nos outros!
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