Ciro Negreiros, meu grande amigo de longas datas, era uma pessoa honesta, digna e correta. Com ele não havia mentiras, era um verdadeiro fidalgo, pessoa que não mais existe. Sempre aos sábados, encontrava-me com ele no West Shoping e ele me confessava que estava cansado de viver e eu propunha-lhe trocar nossas preocupações, isto é, eu ficaria com as preocupações dele e ele com as minhas. Ele ria à vontade. Sempre muito alegre e contente, pelo menos enquanto estava comigo, nunca imaginei por um segundo sequer que aquele desabafo seria verdadeiro. Certamente fiz o que podia fazer por ele, vê-lo feliz, ao ouvir as "besteiras" que costumo proferir em favor da alegria dos amigos. Mas, em face da verdade sempre a tona da qual meu amigo era detentor, tenho uma pérola a contar. Ao apresentar-lhe a minha atual esposa, ele ficou um tanto pensativo e aproveitando a saída dela perguntou-me: Pipi, você tá dando conta de sua esposa? Eu ri e respondi-lhe: Quem tem que dar conta aqui é ela que é jovem e sou eu quem gasto! Ele riu muito e essa foi a última vez que nos vimos!
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